The Children Act | A Balada de Adam Henry (2018)


Emma Thompson, Stanley Tucci e Fionn Whitehead (que teve a sua estreia em Dunkirk), um elenco de luxo num filme realizado por Richard Eyre e com o argumento escrito por Ian McEwan, autor do livro homónimo e cujo último trabalho a ser adaptado para cinema foi Na Praia de Chesil


N'A Balada de Adam Henry, temos a lei contra a religião, naquilo que se torna um caso de vida ou de morte. Adam Henry (Whitehead) é um jovem de 17 anos, Testemunha de Jeová, que recusa uma transfusão de sangue pelos seus valores religiosos. E quem diz "seus", fala também das crenças dos pais que, obviamente, são contra a intervenção médica, uma vez que, segundo as crenças, a alma reside no sangue e ao estar a misturá-lo com outro, estão a poluir o corpo do filho.

Se este sumário vos faz achar que este filme é interessante é porque eu também pensei o mesmo. Mas rapidamente nos deparamos com o problema relacional do casal protagonista, Fiona (Thompson) e Jack (Tucci), bem como a obsessão que surge na vida de Adam pela juíza Fiona. O que com isto quero dizer que esta obra muito rapidamente se transforma num drama focado em Fiona, quase que um despertar do meio da sua vida caótica para o resto que a rodeia, mais do que toda a questão política e religiosa que, honestamente, é o ponto mais interessante mas também o mais curto desta obra, infelizmente.

De certa forma, ao passar a temática principal à frente e fazendo com que outros temas surjam e arrebatem as luzes da ribalta, fazem com que, a meu ver, esta obra perca todo o seu propósito. Suponho que no livro toda a exploração das personagens seja feita de uma forma mais completa (geralmente assim o é)  e talvez o debate religião vs. saúde tenha sido considerado de uma outra forma, mas o rumo do argumento desilude um pouco, não sabendo muito bem por onde o considerar e aos seus objetivos. Afinal estamos perante um filme cujo objetivo é perceber mais sobre esta mulher ou encarar a problemática que serve de mote a esta obra?

É claro que se falarmos de performances, nenhuma delas desilude e Thompson é uma atriz sensacional mas The Children Act promete uma coisa acabando por não entregar nada do que as expectativas da audiência esperam. E bom, isso não é culpa dela. Apesar deste drama não me encher as medidas, não tenho dúvidas que muitos gostarão dele mas, lamentavelmente, com tantas vertentes a serem exploradas, acaba por se perder demasiado. Um excelente exemplo da verdade por trás do "menos é mais".


Nota final: 2/5

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