The Invisible Man | O Homem Invisível (2020)


Lembram-se de eu vos ter falado de expectativas no post anterior? Pois bem, deixo-vos aqui um conselho: vocês não queiram saber delas, hein! Ignorem-nas ao máximo! Porque eu ouvi falar muuuito bem deste filme e olhem, saí um pouco tristonha da sala de cinema. Vocês já sabem que eu sou uma incontornável fã de cinema de terror, corro tudo o que é filme à espera de ver o melhor dos melhores, aqueles que me deixam sem dormir e à escuta de qualquer tipo de som manhoso. E, consequentemente, sou um osso bem duro de roer no que toca a este género. Ou seja, assim muito resumidamente: é giro, não é mau mas fica muito aquém do expectável.

The Invisible Man tem duas coisas muito boas: Elisabeth Moss, que se estabeleceu no panorama depois de The Handmaid's Tale embora já levasse alguns anitos de experiência na área, e a cinematografia. No desenrolar da história, a câmera vai brincando connosco, provocando-nos e preparando-nos para a ideia desta figura invisível. É nestes espaços e nestes silêncios que o filme realmente nos cativa. Mas quando eu estava à espera de uma justificação bem mais sobrenatural da coisa, eis que... Afinal não (mais não vos digo!).

E pronto, foi aí que o filme me perdeu.

Mas bom, vamos começar do início: Cecilia Kass (Moss) foge da relação abusiva e tóxica com o seu namorado Adrian (Oliver Jackson-Cohen) e refugia-se na casa do seu amigo James (Aldis Hodge). Esta relação marcou-a intensamente deixando-a ansiosa, num permanente estado de alerta e vigilância que a impede de dormir descansadamente ou até de fazer coisas muito básicas como ir à rua buscar o correio. Quando finalmente parece que a coisa começa a avançar de forma positiva na sua recuperação, é quando rapidamente a coisa descamba. Cecilia sabe que Adrian a está a ver uma vez que a sua presença é algo real. Quando tenta alertar James e a sua irmã Emily (Harriet Dyer) para este facto, é visível a sua frustração. Por muito que a tentem ajudar, é difícil de acreditar nela. Resultado: para além de tudo o que já foi referido, podemos ainda adicionar uma crescente sensação de impotência, aliado a uma dose significativa de loucura, fazendo com que Cecilia se vá sentido cada vez mais à beira do abismo.

Como disse de início, não estamos perante um mau filme. Na realidade, ele começa de forma muito promissora e tem partes boas (tipo o fim pela mensagem que representa). A surpresa e o suspense estão lá e, infelizmente, os jump scares também (eu odeio jump scares e acho-os completamente desnecessários na medida em que desvalorizam sobejamente um filme). O problema para mim é a forma como este Homem Invisível é abordado. Contudo, em salvaguarda ao mesmo, devo dizer que à falta de background da minha parte, a minha opinião é extremamente tendenciosa. Isto porque The Invisible Man está inserido no universo dos Monstros Clássicos da Universal pelo que, talvez, se eu soubesse ao que ia, a minha reação teria sido diferente e um pouco mais positiva. Embora possa sempre contextualizar posteriormente, face aos novos dados adquiridos, devo confessar que, ainda assim, não é uma obra que me suscite muito interesse nem me vão apanhar a repeti-lo. Para algo que se vê inserido na categoria de terror faltou... Isso mesmo, o terror. Para mim faz mais sentido introduzi-lo numa categoria de ficção científica ou suspense (mas lembrem-se que esta menina tem estaleca e o que não me causa reação pode causar noutro indivíduo). Em todo o caso, vale a pena pela Elisabeth que está de parabéns já que sem dúvida foi ela que fez o filme.

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