Us | Nós (2019)


Quando Get Out saiu, houve todo um hype com o filme. Eu, pelo contrário, não percebi muito bem de onde ele vinha uma vez que não o tinha achado nada de especial. Num raio de 1 quilómetro era praticamente a única a achar que Get Out nada tinha de muito espetacular. Sim, foi engraçado, vá, mas não muito memorável.

O problema com os hypes é que uma pessoa quase que se sente na obrigação de gostar sob pena de se sentir um tanto ou quanto marginalizada. Mas eu mantive-me segura que a obra de Jordan Peele pouco ou nada me dizia. Em todo o caso, a curiosidade vence sempre e eu não poderia nunca deixar este Us de lado.

Uma família de quatro membros vai de férias e o que tinha para dar certo obviamente que deu para o errado quando numa noite surge, à porta de casa, uma versão completamente sádica destas pessoas. Até aqui tudo bem, tudo muito certinho. Peele tem aqui uma das cenas mais fortes da sua obra, magnificada pela fotografia que ajudou bastante ao factor surpresa. Mas mais para a frente, e no desenrolar da história, surge uma novidade que, pessoalmente, se tornou num problema: afinal, existe uma versão má para toda a gente. Preferia que se tratasse de um caso isolado uma vez que o impacto seria bastante maior. Onde me volta a desiludir é no plot twist final onde o grau de surpresa é  inexistente (honestamente eu descobri a direção da narrativa logo nos primeiros 5 minutos, not a way to go man!). Apesar do argumento ser interessante e ter um potencial brilhante acaba por se tornar previsível que dói e é aqui que Us me perde. Nesse sentido, Get Out foi bastante mais surpreendente.

Assim, a par das interpretações de Lupita Nyong'o (que um dia vou descobrir como raio aquela pele brilha tanto) e Elisabeth Moss, e a juntar à espetacular fotografia, Us acaba, também, por me deixar numa posição neutra tal como a primeira obra de Peele. Como se costuma dizer: à terceira é de vez. Cá ficarei à espera.


Nota final: 2/5



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