Happy Death Day 2U | Feliz Dia Para Morrer 2 (2019)


Quando Feliz Dia Para Morrer trouxe em 2017 um filme com um toque refrescante no género de slasher, tornando-o em algo mais próximo do que Gritos foi em 1996, ninguém esperava que a reacção do público fosse tão acolhedora, sendo ele uma das grandes surpresas do ano, nem tanto a possibilidade de uma sequela. Como tudo, o sucesso permitiu que uma ideia se desenvolvesse e estamos agora perante a sua sequela em Feliz Dia Para Morrer 2.

Após os estranhos acontecimentos do primeiro filme, Tree (Jessica Rothe) vê-se num novo problema temporal quando se apercebe que forças exteriores causaram tudo o que aconteceu, forçando-a novamente dentro de um ciclo. Mas algo está diferente e Tree, juntamente com Carter (Israel Broussard) e os seus amigos, Ryan (Phi Vu), Samar (Suraj Sharma) e Dre (Sarah Yarkin), todos terão que se juntar e repor as coisas como devem ser. Spoiler: o 50 Cent continua a não ser o toque de telemóvel de Tree.


Se o primeiro filme foi inspirado por O Feitiço do Tempo, a sequela dá um passo à frente na nostalgia, ao mencionar Regresso Ao Futuro II como enquadramento cinematográfico, mostra que Christopher Landon não tem receio em mostrar as suas influências, antes que os críticos venham desacreditar este filme como uma "cópia rasca". Mas é nessa mesma onda que estes novos desafios na vida de Tree e companhia, agora num caminho mais científico, que fazem com que Feliz Dia Para Morrer 2 seja uma pequena reinvenção própria, com um tom cómico deixando o ambiente muito leve.

A exploração da teoria do multi-verso, onde existem versões paralelas a nós em mundos igualmente paralelos, acena ao género de trabalho feito nas vias da banda-desenhada, onde a existência de versões alternativas de pessoas, que possivelmente lidam vidas muito diferentes, são uma realidade. Isto tudo é contado de uma forma divertida, sem nunca exceder no lado técnico da narrativa onde a ciência é apenas um pormenor no meio de muitos importantes para a resolução do problema.


Por outro lado, o desenvolvimento das personagens não tem tanto impacto, já que entre todas as mudanças locais também existem mudanças interpessoais. Não havendo aqui grande oportunidade para que qualquer tipo de crescimento pessoal, esta obra toma antes o rumo de aprofundar algumas personalidades do primeiro filme, revelando alguns segredos que poderão ser interessantes revisitar. Ainda assim, Jessica Rothe continua a ser a melhor coisa desta sequela, prosseguindo a sua batalha em ter uma vida normal, custe o que custar.

No fim, Feliz Dia Para Morrer 2 é uma sequela maior daquilo que qualquer um de nós poderia imaginar inicialmente, desenvolvendo o universo que criou, enquanto joga com novas regras de um mundo onde o risco de morrer de forma permanente é ainda mais iminente. É também uma sequela que trilha um caminho perigoso, em direcção para a saturação, com uma cena de pós-créditos que deixa muitas perguntas no ar, abrindo a porta para algo ainda maior. Esperemos é que não se perca pelos caminhos escolhidos...

Nota Final: 3.5/5

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