Permission | Traições (Con)sentidas (2017)


Vamos falar um pouco de relações? Permission foca-se em Anna (Rebecca Hall) e Will (Dan Stevens), um casal que nunca teve com mais ninguém a nível sexual a não ser com eles mesmos. Isso nunca tinha sido um problema até que num jantar com o outro casal da história, Hale (David Joseph Craig) e Reece (Morgan Spector), este último, já um pouco embriagado, faz questão de vincar o quão aborrecidos eles são devido a esse pequeno pormenor. Não terão curiosidade em estar com outras pessoas? Decerto que sim!


E claro que é aqui que tudo começa. Will, que naquela noite se preparava para pedir a namorada em casamento, retrocede e ambos chegam a um acordo de abrir a sua relação a novas pessoas. Assim, Anna conhece Dane (François Arnaud) e Will conhece Lydia (Gona Gershon), acabando tudo num grande entretenimento onde, como esperado, os limites começam a ser testados e, a certa altura, tudo se transforma numa enorme salganhada com muita confusão à mistura.

Esta história é bastante engraçada de se ver explorada, mas se por um lado temos os protagonistas a divertirem-se e há todo um lado psicológico a ser prontamente analisado, por outro, o casal gay desta narrativa perde-se num detalhe também ele bastante decisivo: adoptar ou não adoptar. Por certo não se trata de uma decisão fácil de ser tomada uma vez que apenas um membro do casal se vê com vontade de o fazer. Consequentemente, temos uma parte engraçada e outra parte mais séria, ambas bastante reais e postas em duas situações completamente opostas mais não seja pelas particularidades que cada relação apresenta. No meio disto tudo, Hale conhece Glenn (Jason Sudeikis) num parque de crianças e ambos ficam amigos. O primeiro é um homem desejoso de se tornar pai e o segundo é um pai desejoso de, bom, dormir um pouco.

Gosto da forma como as personagens evoluem ao longo do tempo, apresentado todas elas características bastante diferentes e, ao mesmo tempo, extremamente específicas. Focando-me um pouco em Dan Stevens, confesso que antes de ver A Bela e o Monstro, nem sequer sabia quem o moço era, pese embora tenha atualmente a sensação de o ver em todo o lado. De facto, o último filme onde vi o ator foi em Mashall e é sempre engraçado ver como as mesmas pessoas podem ser tão diferentes de papel para papel, mais não seja através da mudança do contexto e de guarda-roupa. Stevens é aquele tipo que fica bem na tela e que entrega o que lhe é pedido. A par com Rebecca Hall, constituem um casal muito engraçado, apesar de a achar mais interessante que o seu par masculino. 
Escrito e realizado por Brian Crano, Permission é uma obra que passará despercebido embora tenha pena que assim o seja. É bastante descontraído e no entanto toca em pontos cruciais e relevantes nisto que é ser um casal do século XXI. Toca nas fraquezas das relações e de como são tão susceptíveis a pequenas mudanças. Para quem, como eu, é da área da Psicologia, julgo acrescentar um interesse automático no seu visionamento. 

Nota final: 3/5

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