First Reformed | No Coração da Escuridão (2018)


First Reformed é já apelidado como um dos melhores filmes do ano. Não obstante, não é um filme fácil e muito menos é para todas as audiências. Além disso, a única coisa que me impediu de o amar é o facto de ser tão parado e um pouco extensivo demais.


No Coração da Escuridão conta-nos a história de um padre, Ernst Toller (Ethan Hawke), que gere uma pequena paróquia que faz parte de uma igreja muito maior chamada Abundant Life. Ernst vivia uma vida pacata até que conhece Mary (Amanda Seyfried), obviamente, um nome simbólico. Esta pede-lhe que fale com o seu marido, Michael (Philip Ettinger), pois ele quer que ela faça um aborto. O padre acede ao seu pedido e brevemente está em casa do casal a ter uma conversa que se revela de extrema importância para todo o desenrolar da história. A conversa entre ambos gira à volta das mudanças climáticas que já se vêm a desenrolar há bastante tempo e, como a tendência é para piorar e de forma cataclísmica, Michael não quer trazer um filho a este mundo.

O que acontece a partir daqui é um diálogo interior - porque quando exterior Toller vê as suas ideias serem desacreditadas - acerca da fé e religião, e onde a personagem principal começa a questionar tudo aquilo que lhe foi transmitido ao longo dos anos e através das suas crenças. Para piorar as coisas, Toller e Mary parecem desenvolver uma relação que vai para lá de uma simples amizade.

First Reformed é uma obra extremamente sóbria, sem música, que nos deixa, logo de início, intrigados mas também desconfortáveis, ao mesmo tempo que nos confronta com o futuro aterrador que nos espera. Por momentos também nós somos este padre que se encontra a meio de uma crise de fé, sem saber muito bem para onde ir, tomando decisões radicais que o confrontam com os seus medos.

Escrito e realizado por Paul Schrader, No Coração da Escuridão é uma obra difícil de digerir - especialmente o fim - mas que, com certeza, terá um grande impacto em quem se atrever a visualizá-lo.


Nota final: 4/5

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