Review | Tully (2017)


Ah, a maternidade. Aquela coisa maravilhosa pela qual a maioria das mulheres passa e que, supostamente, é tão bom. Porque toda a gente sabe que o melhor do mundo são as crianças, certo? Excepto que Marlo (Charlize Theron) não concorda lá muito com isso.


Marlo é mãe de duas crianças que, simplesmente, não consegue lidar com todas as imposições do seu dia-a-dia. É claro que ter uma marido completamente inútil em casa não ajuda nada (Drew, interpretado por Ron Livingston). Até que um dia, o seu irmão, Craig (Mark Duplass), lhe fala de amas noturnas, uns anjos noctívagos enviados à terra que ficam a tratar do bebé enquanto as mães ficam a dormir (e bem que elas precisam). E assim aparece Tully (Mackenzie Davis), uma jovem de 25 anos cheia de energia que vem salvar Marlo do seu stress, angústia e frustração.

Tully ganha ou perde tudo, conforme os pontos de vista, com o twist final que a autora Diablo Cody (de Juno) decidiu dar ao rumo da história. Eu achei curiosa a forma como a narrativa acabou mas também bastante interessante. Suponho que algumas pessoas tenham saído desiludidas das salas de cinema mas enquanto psicóloga wannabe achei uma opção favorável à personagem principal. Até porque em termos de objetivos finais, há um processo de auto-descoberta pelo qual Marlo passa e que permite às mães saírem do cinema com o espírito renovado, com confiança e força, empoderadas por uma nova sensação de, simplesmente, serem capazes

Charlize ganhou 22 kilos para este papel o que lhe conferiu uma maior autenticidade, ao mesmo tempo que reforçou o seu empenho nesta personagem com a qual a atriz se pode identificar sendo ela própria mãe de dois filhos adotivos. Em termos gerais, eu acho que é um filme bastante real, que não tenta aligeirar nenhuma das situações pelas quais muitas das mães passam. E é aqui reside a sua beleza pois não há aquele esforço de pintar de cor-de-rosa absolutamente nada.


Nota final: 4/5

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