Review | Jurassic World 2: Fallen Kingdom / Mundo Jurássico 2: Reino Caído (2018)


Depois do sucesso em 2015 de Jurassic World, já estava mais que na altura da tão esperada sequela que reúne Chris Pratt e Bryce Dallas Howard nos papéis principais.


Nesta sequela, a questão premente é: deixam-se inúmeros dinossauros entregues à vontade de Deus ou far-se-á um esforço para os salvar? Claire (Dallas Howard) situa-se no lado positivo da questão e é contactada por Mills (Rafe Spall) que a compele para um esforço conjunto em montar um santuário para os ditos animais. Daí a Claire pedir ajuda a Owen (Chris Pratt) e os dois estarem rumo à Isla Nubla é um pulinho.

Este filme é um punhado de clichés num só sítio e é bastante percetível as intenções de quase todas as personagens desde o início. Mas sem que haja um grande factor surpresa, há uma maior intenção de despertar o fascínio e o medo no espectador. Fascínio com os assombrosos efeitos especiais e as criaturas animatronics concebidas para a obra e que permitem criar uma maior ligação entre o ator e a criatura que são visíveis para nós. O horror porque há muitas situações de suspense e de ação mas também de desespero e tristeza. Isto tudo acaba por nos extenuar um pouco a nível emocional (experiência completa, huh?). Agradeçam ao realizador J. A. Bayona.

Jurassic World 2 é um filme muito focado nas questões atuais. De facto, apesar de se centrar em criaturas que já se extinguiram da face da Terra há uns bons milhões de anos, poderemos transportar vários dos pontos éticos que aqui se demonstram para o que está a acontecer agora. Toda a questão do comércio ilegal de animais, a questão da sua exploração para fins humanos (farmacêuticos incluídos!), até à venda de partes do seu corpo - neste caso os dentes -, é uma cópia exata mas para criaturas que já não estão entre nós. Mas nem por isso deixam de ser menos reais ou menos difíceis de empatizar. De facto, há alguma humanidade dada a estes dinossauros que peca por excesso mas é engraçado que o espectador se sinta ele próprio enjaulado ou com medo ou com dores, pura e simplesmente porque é isso que está a acontecer no grande ecrã... A um dinossauro. Não deixa de ser ainda mais irónico estes sentimentos virem ao de cima quando acredito existir pelo menos uma alminha nesta vida que verá este filme e simpatizará com as dores dos dinossauro apesar de ele próprio usar uma mala de pele. Ou ser frequentador assíduo de zoos ou circos ou touradas. Ou ter abandonado um animal. Ou ir de férias e achar piada tirar umas selfies com um animal completamente sedado. Neste ponto, Mundo Jurássico é extremamente eficaz ao tocar na hipocrisia de muitas pessoas. E ao mesmo tempo que serão contra o vilão, nunca terão o discernimento de pensar que elas próprias são uma face de Mills.

Apesar do rumo tomado ir de encontro às nossas expectativas, não dá para descolar da ideia de isto ser mais um franchise no qual alguém vai encher os bolsos com muuuuito dinheiro. Mundo Jurássico tem a fórmula perfeita para se tornar num êxito de bilheteiras e sabem que mais? Merece. É um filme cuja única intenção é entreter e não há mal algum nisso. São mais de duas horas que passam velozmente, a um passo interessante sem nunca deixar cair a audiência em ponto morto. Mas, como referido, não deixa de ser mais do mesmo. Quando se tem a fórmula, não vale a pena mexer muito nela se o sucesso é garantido.

No meio disto tudo, só gostava de saber onde é que se arranjam tipos jeitosos e inteligentes como o Chris Pratt. Se os dinossauros são irrealistas, toda a sua personagem que reúne cérebro com beleza também o é (brincadeirinha!).


Nota final: 3.5/5

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