Review | Chappaquiddick / O Segredo dos Kennedy (2018)


Sinto que Jason Clarke está na crista da onda. Só num mês já o vi em duas obras diferentes - All I See is You e Winchester - para não falar que no início do ano pudemos vê-lo em Mudbound. E eis que agora o vejo em mais um filme, a desempenhar uma personagem totalmente diferente, o que só demonstra que para além de versátil, Jason veio mesmo para ficar.

Chappaquiddick retrata o acidente em que Ted Kennedy (Clarke) esteve envolvido com uma rapariga, Mary Jo Kopechne (Kate Mara), que acabou com a morte desta. A partir daqui, a reacção do senhor não é das melhores apesar de estar bastante confuso com o que aconteceu. Ele conta com os amigos Joseph (Ed Helms) e Markham (Jim Gaffifan) nesta situação difícil que, acima de tudo, tentam apelar ao juízo e discernimento de Ted. No entanto, há um grande foco na vida política dos Kennedy, até porque Ted tinha alguma pressão para se tornar presidente. Assim, o pai, Joseph (Bruce Dern), junta uma equipa cujo objetivo é, basicamente, contornar a verdade e manipular a opinião pública. Nesse sentido, estamos perante um filme muito interessante que mostra as forças dos canais políticos no que toca ao "reajustamento" - chamemos-lhe assim - da realidade.

A crítica tem sido bastante unânime e positiva. No entanto, apesar da premissa narrativa ser interessante e o mesmo se passar com a mensagem que transmite, acho que tem uma cadência demasiado lenta. Consigo perceber que assim o seja para pautar os momentos com a intensidade certa, para nos forcarmos nas lutas internas pelas quais a personagem principal passa, até, talvez, num esforço de unir o público a Ted, para que possamos simpatizar um pouco com ele. Tudo bem. Mas simplesmente faz com que tenha perdido algum do meu interesse no seu visionamento. Contudo, não deixa de ser um marco na história desta família que merece ser contada apesar de o esforço maior ser abrir os olhos à população. Nesse aspeto, nada a apontar.


Nota final: 3/5

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