Ocean's Eight (2018)


Eu sei o que estão a pensar: alguém decidiu fazer um remake - e ainda por cima feminino - da saga Ocean's. Mas mais que um mote para o movimento de igualdade de género, Ocean's Eight apresenta a sua vantagem no facto de não ser feminazi. Simplesmente é um filme com um elenco cheio de talentosas mulheres e pronto, tomem lá desta.


E não se preocupem que para além de não ser um filme sexista, também não se trata de um remake falhado. Trata-se de uma continuação, uma espécie de spin off na verdade, onde a personagem principal é Debbie Ocean (Sandra Bullock), irmã mais nova de Danny Ocean (Geroge Clooney).

Depois de encarcerada cinco anos, Debbie volta com um plano engenhoso para roubar uma maravilha de colar da marca Cartier, durante o Met Gala. Coisa pouca, huh? Reúne para tal um grupo de jovens especialistas em diversas áreas para que se possa executar, então, o plano definido.

O elenco está mais que apresentado e não vale a pena focar-me em todos os elementos mas quero abrir excepção a:
  • Anne Hathaway que é linda de morte; os anos não passam por ela e estou à espera que surja um novo Diário da Princesa a qualquer momento;
  • Helen Bonham Carter tem uma personagem discreta e mirabolante ao mesmo tempo. A atriz sabe simplesmente o que fazer e tem imensa piada pois parece fazer tudo sem grande esforço (o que é provavelmente verdade);
  • Cate Blanchett: posso simplesmente ser como ela aos 49 anos?
  • Sandra Bullock: se eu não puder ser como a Cate posso ao menos ser como a Sandra? Em todo o caso, a química com Cate é visível e resulta imensamente bem no ecrã.
  • James Corden também aparece demonstrando a sua polivalência. Quão irónico é o facto do apresentador de televisão ser melhor a representar que alguns dos "atores" que por aí andam?
Gary Ross esforça-se por trazer o espírito dos outros filmes e isso nota-se no trabalho de câmera ou nas pequenas cenas que existem puramente para pôr o espectador a rir. No entanto, há um certo artificialismo inerente à técnica que acaba por forçar memórias que eram suposto vir ao de cima de uma forma mais suave e óbvia, simplesmente porque no decorrer da sua visualização, estaria a recordar os Ocean's anteriores. Nesse aspeto peca por excesso e a obra acaba por ter a sua essência perdida devido a pormenores inúteis. 

Em termos de argumentação, não há a complexidade exibida nos anteriores e acaba por ser um crime relativamente fácil e não tão "wow!" como os outros. Em todo o caso, é uma boa celebração da Mulher, mais não seja porque são todas lindas à sua maneira - e algumas delas com um guarda-roupa de fazer inveja! Mas não vos minto: estamos perante um típico (e singelo) filme de Domingo à tarde.


Nota final: 3/5

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