Review | Submergence / Submersão (2018)


Quando intitulam um filme com um certo carácter pseudo-filosófico atrelado sem que o concretizem na tela, a coisa simplesmente não resulta. E Wim Wender, um realizador tão experiente, foi incapaz de fazer com que esta peça resultasse. O que é uma pena já que reúne Alicia Vikander e James McAvoy na mesma sala.


Aquilo que tinha tudo para ser um drama romântico acabou numa autêntica decepção sem qualquer tipo de género que o salve. Danielle (Vikander) e James (McAvoy) vêem os seus caminhos serem cruzados em França, num pequeno alojamento, onde rapidamente olham um para o outro e, surpresa!, se acham relativamente atraentes aos olhos um do outros (bom, sem surpresas nesse aspeto). Rapidamente a coisa assume contornos românticos e intensos até que James tem que seguir a sua vida, não sem antes prometerem um ao outro que estão ambos empenhados na relação (que acabou de acontecer).

Mas é aqui que a porca torce o rabo: porque se é assim que eu interpreto a história - uma coisa muito mais focada no desenrolar entre ambos, onde aquilo que vem a seguir à sua despedida é secundário -, na verdade, estes pormenores marcam o início da narrativa e assumem-se como sendo a linha condutora principal. O que é aborrecido e que resultou ao contrário, devo acrescentar. A sinopse oficial foca-se mais no facto de James ter sido raptado por jihadistas (ah! Desta não estavam à espera, pois não?) e Danielle estar presa no fundo do oceano e ambos manterem-se à tona (pun intended) agarrados às memórias conjuntas passadas.

Este filme é baseado no livro homónimo de J. M. Ledgard e eu posso assumir que a origem do nome está relacionada com o facto de estarem presos ao que aconteceu. Posso também assumir a importância do oceano na vida de Danielle já que ela encontra no seu estudo uma forma de busca de significado próprio. No entanto, não posso assumir que esta coisa tenha ido para a frente e com um rol tão talentoso de protagonistas porque as únicas cenas que são relativamente interessantes de assistir são as que reúnem, precisamente, os jovens atores. De resto é apenas uma história extremamente mal aproveitada, isto, claro, assumindo que o livro vale alguma coisa.


Nota final: 2/5

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