Review | Ruth (2018)


A 3 de Maio, há duas semanas portanto, estreou nos cinemas portugueses esta biografia sobre a vida de Eusébio. Eu que ando a tentar perceber do que o cinema português é feito, completamente mergulhado numa incongruência sem limites, devo dizer que fiquei agradavelmente surpreendida.


Igor Regalla dá a vida a este Eusébio que, no meio das quezílias entre o Sporting e o Benfica, se transformou em Ruth. A trama é fácil: temos um jovem promissor do futebol, o qual se vê a ser disputado por dois grandes clubes. Mas com advogados à mistura, tudo se acaba por resolver e Eusébio lá acaba a pertencer àquele que todos nós sabemos.

Eusébio é uma figura incontornável do futebol português e sinto que este filme foi uma boa forma de o homenagear. Sem dúvida que conta com um talentoso ator como personagem principal mas não só: todos os grandes atores portugueses - ou, pelo menos, os mais conhecidos - estão aqui, o que não deixa de ser engraçado.

Ao contrário do expectável, a cadência da obra é rápida, as cenas são curtas e precisas e não se perdem em detalhes que não fazem falta nenhuma (como outros que facilmente me vêm à memória). Assim sendo, o realizador António Botelho está de parabéns.

Gostei da forma como elementos da cultura africana foram incluídos neste filme pese embora permaneça a dúvida do porquê Eusébio ser referido como "pretinho" e os brancos como, bom, "brancos". Um qualquer medo de ofender alguém? Percebo que seja fácil cair neste tipo de julgamentos mas não sei de que forma um diminutivo pode acarretar um senso de salvação tão grande dado o contexto. Mas aparte deste (pequeno) pormenor, Ruth é uma boa amostra do que o cinema português tem para oferecer ao seus espectadores.


Nota final: 4/5

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