Review | A Quiet Place / Um Lugar Silencioso (2018)


Quando há um filme de terror prestes a sair há sempre um grande burburinho à volta dele. E cativam-nos com as mentiras do costume: o filme mais assustador do ano!, o filme mais assustador da última década!, blá blá blá. Mas eu continuo a achar que estas coisas têm um fundamento de verdade. Decidi dar o benefício da dúvida ao Verónica do qual ouvi falar tão bem e foi simplesmente uma grandessíssima desilusão. Por isso, apesar de ir com algumas expectativas para esta obra, achei melhor permanecer-me cautelosa relativamente à mesma. E que boa surpresa tive eu porque este Lugar Silencioso é tão bom, tão bom, que vo-lo recomendo num abrir e piscar de olhos e sem qualquer tipo de hesitações.


Basicamente estamos perante uma família que não pode fazer qualquer tipo de barulho senão morrem em poucos segundos devido a uns monstros que atacam apenas pelo som. Mas mais que um filme de terror, John Krasinski (que realiza e protagoniza esta obra) faz questão de vincar o facto de haver uma narrativa muito focada na família, no que é ser pai nestas condições bem como os sacrifícios a que estes se submetem pelos filhos.

John juntou-se à sua mulher da vida real, Emily Blunt, e ambos trouxeram as suas experiências enquanto pais, e também enquanto casal, ao grande ecrã. A coisa resultou extremamente bem porque para além de maravilhosamente talentosos, a história é absolutamente incrível o que fez com que A Quiet Place seja, atualmente, o filme número 1 nos EUA (merecido!).

Mas mais que jump scares ou terror básico, e para lá da premissa de união familiar, focando-nos apenas no elemento assustador deste filme, o que mais sobressai é o suspense do qual é feito. Está muito bem concebido nesse sentido o que fará com que também nós nos percamos dentro dele. Assim, darão por vocês a ter medo de respirar ou de sequer mexerem-se na cadeira. O lado psicológico desta obra é muito marcante e afecta-nos bastante mais do que o que estamos preparados. 

A escolha da linha narrativa faz com que sejamos emergidos neste mundo sem que haja uma perda de tempo na sua contextualização e isso, sem dúvida, que é um bónus. Às vezes há histórias que se perdem demasiado na sua explicação, querem fornecer todos os elementos que nos permitam responder ao "como" e ao "porquê" de algo estar a acontecer e no meio disso tudo, já o público perdeu a sua atenção. Mas, felizmente, aqui não.

Todos os fãs de terror e suspense têm que ver este filme pois para além de merecermos, finalmente!, uma peça de qualidade, este é, sem dúvida, uma das coisinhas mais assustadoras em anos (e bem sabem que eu com terror não brinco!).


Nota final: 5/5

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