Review | Anon (2017)


Anon é aquele filme cuja trama remete para um qualquer episódio de Black Mirror, com uma ideia que tinha tudo para correr bem mas que, na verdade, é a encarnação da expressão "sair o tiro pela culatra".


Clive Owen é Sal Frieland, um inspetor encarregado de um caso de um assassino em série. Mas esta história passa-se num futuro diferente, onde podemos aceder às nossas memórias qual box da NOS qual quê. E, melhor!, podemos partilhá-las com quem quisermos. Basicamente a realidade quase que se transforma numa espécie de jogo de computador para voyeurs. O que, como referido, é uma ideia engraçada. Já Amanda Seyfried é uma hacker, Anon, que apaga memórias a troco de dinheiro. Ou seja, querem trair a vossa namorada Sábado à noite de forma segura? Muito bem! É só chamá-la que ela não só apaga esse momento como o substitui por outro inofensivo qualquer. Assim estão à vontade para mostrar o vosso serão imensamente aborrecido à vossa namorada sem que ela descubra o que realmente aconteceu.

Sal desconfia que Anon é responsável por matar pessoas e, verdade seja dita, ela é uma suspeita muito plausível. Numa realidade onde a informação sobre qualquer um está disponível, o anonimato é algo que sai da norma. A narrativa é bastante interessante mas ao querer juntar-lhe um certo perigo sob a forma de um pseudo-thriller, o argumento cai por terra. Aliás, o final não só é bastante expectável como desilude de uma forma vertiginosa.

Já em The Clapper me tinha questionado sobre o discernimento de Amanda na escolha de papéis e com a selecção deste filme para juntar ao seu CV, a minha demanda por respostas permanece intocável. Quanto a Owen, já estamos habituados a vê-lo neste registo mas, sei lá, não havia outro projeto melhor

Não há nada que salve esta obra porque apesar de partir de uma premissa boa, a sua execução e escrutínio são péssimos. O que é de estranhar tendo em conta que o argumento, bem como a realização, ficaram a cargo de Andrew Niccol, responsável pelos The Truman Show e por In Time. Mas bom, não se pode ser bom sempre, não é verdade?


Nota final: 2/5

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