Série | La Casa de Papel


Eu vou-me permitir abrir uma excepção porque, senhores, temos que falar da Casa de Papel.


Eu não sou pessoa de séries, não sou! E até agora mantive-me longe de todas as que tiveram um grande hype à sua volta tais como Breaking Bad, Walking Dead, Game of Thrones, Black Mirror, entre outras. Mas depois chegou a Casa de Papel e não sei o que me deu que eu achei que pronto, lá tinha que a ver. E ainda para mais tendo em conta que tinha acabado de subscrever ao Netflix. Era só bastante conveniente que o fizesse. Vamos lá a ver porquê de tanto falatório.

E La Casa de Papel é boa que dói. 

Mas não é perfeita.

A história

Quando se junta um bando de criminosos com uma mente genial só podia dar em asneira. Ou então no maior roubo de qual há memória. Que tal 2.4 biliões de euros? Só assim como quem vai ali à caixa Multibanco levantar 20€ (porque as notas de 10€ são raras e as de 5€ já praticamente deixaram de existir...). A Fábrica da Moeda é o palco de toda esta brilhante encenação onde os protagonistas têm nomes de cidades: Rio, Tóquio, Denver, Nairobi, Berlim, Moscou, Helsinki e Oslo. Não nos esqueçamos do condutor, o Professor.

O gang

O mais interessante no conjunto das personagens é o facto de, primeiro que tudo, haver uma grande desenvolvimento de cada um. Apesar de existirem personagens mais secundárias que outras, as suas características pessoais são bastante exploradas e todas passam um lado talvez demasiado humanitário para o contexto em questão. Mas mais do que qualidades e defeitos, temos também relações e paixões, ambições e medos. Tudo isto fomenta uma grande empatia do público com a série e eu sei perfeitamente que o meu alter ego é a Nairobi.

Rio e Tóquio

Que bonito casal temos nós aqui. Mas ambos são forças opostas, provavelmente porque as idades são diferentes, logo, o grau de maturidade também o é. Rio (Miguel Herrán) é o menino bonito o que lhe deverá ter valido uma legião de fãs mas Tóquio (Úrsula Corberó) é quase que a cara da série (logo a seguir à do Professor). Enquanto que ele é mais calmo e bastante mais emotivo, a parceira é racional e agressiva. Mas também  surpreendentemente ciumenta e possessiva apesar de todo o esforço para esconder os seus sentimentos (ao contrário de Rio). Tóquio é uma âncora ao passo que Rio é, sem dúvida, o elemento mais fraco.

Denver e Moscou

Mas nem só de amor carnal se faz esta série, pois temos uma dupla de pai e filho presente. O que, já de si, é qualquer coisa de arrojado. Denver (Jaime Lorento) é um tipo preocupado mas também impulsivo. A sua personagem sobre uma alteração de caminho, o que explora o seu lado mais querido e romântico. No meio disto tudo, Moscou (Paco Tous) tenta ser o mais profissional possível ao mesmo tempo que tenta dar algum juízo ao filho. 

Nairobi

A personagem mais divertida e espontânea é, sem dúvida, Nairobi (Alba Flores). Ela tem um lado bastante protector e cuidador, maternal até, ao mesmo tempo que apresenta laivos de maluquice (no bom sentido) pelo meio. A minha cena favorita de toda a série é protagonizada por ela e estou à espera que volte a repetir a proeza na segunda temporada. Sinto que numa vida paralela, tínhamos tudo para sermos melhores amigas.

Helnsiki e Oslo

As personagens que menos destaque têm, talvez devido ao facto da nacionalidade não ser a mesma dos parceiros de guerra. Estes dois sérvios têm o objetivo de representar a força bruta e a agressividade. No entanto, uma "particularidade" de Helsinki é explorada, sem que ninguém (vulgo, eu) estivesse à espera, o que muda a forma como vemos este nosso amigo barbudo. No fundo, o moço até tem bom coração.

Berlim

Em termos de protagonismo o Professor leva a taça mas logo em segundo lugar encontra-se o cabecilha no terreno. O seu querido amigo Berlim (Pedro Alonso). E este caro é uma rica peça! É narcisista, agressivo, cínico, calculista e, digo eu, um tanto ou quanto pirado (desculpem-me o termo) da cabeça. Não quero desvendar mais nada porque é uma personagem muito rica e verdadeiramente interessante.

O Professor

Álvaro Morte interpreta esta mente brilhante que, após meses de preparação, se encontra no momento alto da sua vida. Claramente ninguém lhe tira a inteligência nem todo o cuidado no planeamento e execução deste assalto, mas claramente tem ali uma veia mediúnica porque não há nada que ele não consiga antever. Ou haverá...? Pelo menos não sabia que ia acabar a achar demasiada piada à inspetora responsável pelo caso.

O lado mau da coisa

E já que falamos da inspetora, Raquel (Itziar Ituño), devo dizer que é aqui que tudo corre mal. Raquel é a pior personagem de toda a série. Está muito mal construída pois para quem é pintada com tanta primazia a nível profissional, devo dizer que ela falha redondamente neste campo. Que ela esteja completamente perdida no lado pessoal, nós não queremos saber. Porque cada um tem os seus problemas. Mas chegar ao trabalho e ser simplesmente fraca, impulsiva e completamente irracional e dominada pelas emoções... Meus amigos, eu já tinha sido despedida. Não só representa muitíssimo mal toda uma gama de psicólogos a atuar na mesma área que ela, como ainda é uma ofensa a todas as mulheres. Não há mal nenhum em ter uma mulher forte a liderar a investigação quando temos uma Tóquio e uma Nairobi. Mas estas miúdas estão-se a divertir no meio do assalto. Raquel está a passar por um Inferno e não dá uma para a caixa. Verdadeiramente incompetente. Não sei se ela merece uma abanão se um estalo.

O veredito final

La Casa de Papel é viciante e segue, ao mesmo tempo, o pré-assalto, o assalto e a investigação. Para além do lado dos assaltantes temos também o das vítimas com algumas a apresentarem um certo destaque e a seguirem caminhos que não estávamos à espera. Curiosos?

A segunda temporada estreia já esta Sexta-feira, dia 6 de Abril e todos nós estamos muito entusiasmados. O final do primeiro capítulo deixou, obviamente, uma enorme onda de suspense e antecipação e o trailer também não ajudou nada a acalmar estes coraçõezinhos galopantes. 

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