Review | Tomb Raider (2018)


Cerca de 5,5 kg de massa magra foi quanto Alicia Vikander ganhou para desempenhar o papel de Lara Croft, personagem já antes interpretada por Angelina Jolie, filmes esse que não me lembro de ter visto apesar de haver uma probabilidade de isso ter acontecido. Mas como também é provável que não, quero assim partir de um ponto onde não estabelecerei qualquer comparação entre as supra-citadas.

Tomb Raider começa bastante descontraído a tentar criar momentos de humor mas que, na verdade, para mais nada servem a não ser introduzir certas características da personalidade de Lara. Ela é corajosa, determinada, impulsiva e um pouco louca. Mas também é uma jovem à procura do pai, Lord Richard Croft (Dominic West), que partiu há 7 anos sem que deixasse qualquer tipo de rasto. Quando Ana Miller (Kristin Scott Thomas) lhe fala em assinar os papéis para apropriação da empresa, é quando o advogado entrega a primeira do puzzle que despoleta toda a ação do qual este filme é feito.
Há algumas coisas interessantes nesta obra: gostei bastante da realização a cargo de Roar Uthuag e achei que o uso de efeitos especiais, numa cena em particular e passada à noite, foi uma escolha inteligente porque Deus sabe o quão extremamente chato é ver uma cena da Mãe Natureza revoltada que sabemos que foi criada em computador. Eu sou uma grande fã da Alicia, acho-a uma atriz extremamente talentosa e a entrega para encarnar uma personagem feminina muito forte (e especialmente a nível físico) é de louvar (e invejar, claro. Vou só ali afogar-me em agachamentos e flexões!). 
Mas também há outras coisas que, pronto, deixam um bocadinho a desejar: a personagem Lu Ren (Daniel Wu) está mal construída sendo que não percebo muito bem como é que um japonês fala tão bem Inglês e com um sotaque tão americano. Já falaram alguma vez com um japonês? Eu já e convém dizer que não fala assim. A dedicação para com Lara, ainda que faça sentido pela partilha comum de histórias, é um pouco forçada para um contacto tão inicial. Num momento está a apontar-lhe uma arma, noutro está a pegar no barco e a levá-la a Yamatai. Por falar em forçado, há sequências que assim o são. Uma particular cena com um avião é, para mim, impossível e, mais uma vez, o único objetivo que lhe consigo encontrar é mesmo demonstrar o quão Alicia trabalhou arduamente no ginásio. Mas hey, isso é extremamente perceptível, basta olharem para o braço da moça!
Convém não esquecer o vilão Mathias Vogel (Walton Goggins) que é completamente hediondo e movido por uma vontade cega de encontrar o túmulo de Himiko (toda a razão pela qual esta história acontece em primeiro lugar).

De uma forma geral, é um filme que entretém e, apesar de tudo, está bem sequenciado. Há sempre alguma coisa a acontecer e há toda uma vibe à Indiana Jones que paira ali no ar. Mas Alicia de uma coisa se destaca de Angelina Jolie: neste filme temos uma personagem mais focada em aspetos pessoais que uma sexyness cujos famosíssimos lábios de Jolie não conseguem esconder. Mas numa altura em que tudo gira à volta do movimento Time's Up, acho apropriado que assim o seja.


Nota final: 3/5

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