Review | Marrowbone (2017)


Fãs dos terror atentem: Marrowbone é uma história de fantasmas com um plot-twist daqueles. Não desilude e entristece-nos tanto que deixamos um bocadinho de nós na sala de cinema.


Mas vou ser sincera: não sei se enquadraria na categoria de terror mas toda a gente sabe o quão esquisitinha eu sou com o meu terror. Há uma forte componente dramática e muito suspense à mistura, no entanto, não nos mete a gritar e muito menos nos mete a pensar sobre o elemento assustador - porque ele não existe. Simplesmente arranca de nós uma grande sensação de tristeza.

Quatro irmãos (Jack - George MacKay -, Billy - Charlie Heaton -, Jane - Mia Goth - e Sam - Matthew Stagg) e a sua mãe mudam-se para uma casa longe de tudo o que conhecem por norma a escapar do seu passado. Nesse momento deixam as suas verdadeiras identidades para trás e tornam-se a família Marrowbone. No entanto, a mãe não aguenta a exaustão causada pela viagem e sucumbe. Nesse instante é preciso manter a sua morte em segredo, até que Jack atinja a maioridade para que possam ficar com a casa para eles. No meio disto tudo temos um romance entre o irmão mais velho e Allie (Anya Taylor-Joy - que francamente parece ter uma queda por filmes sinistros) e um advogado demasiado jovem e ambicioso, Tom (Kyle Soller), que se foca em roubar os irmãos.

Ao longo da história vão havendo muitas pontas soltas que deixarão a audiência algo confusa e a perguntar o que raio se passa. É claro que tudo culmina num final que, ouso dizer, ninguém está à espera o que faz com que, de repente, estejamos perante uma obra bastante inteligente e imprevisível. É assim que Marrowbone vê o seu valor enquanto filme ser magnificamente elevado.

Sergio G. Sánchez realiza a sua primeira longa metragem e, claro, é responsável pelo seu argumento. O agora também ele realizador é mais conhecido por El Orfanato (2007) e por The Impossible (2012). Todos os outros elementos estão no ponto: a fotografia, a banda sonora, a caracterização. O elenco é todo ele relativamente jovem mas Anya é a minha favorita juntamente com o pequeno Matthew Stagg. Felizmente, a química entre todos é bastante natural pelo que as relações e o consequente desenvolvimento das personagens beneficiou grandemente deste factor.


Nota final: 4/5

Mensagens populares