Review | Gringo (2018)


Sabem aqueles filmes que parecem ser extremamente interessantes e do nada perdem-se por completo na maionese? E no ketchup e na mostarda, já agora? Gringo é um excelente exemplo deste caso em específico. Eu queria ter gostado, tentei manipular-me ao máximo nesse sentido mas à medida que o filme ia avançando eu já não conseguia perceber o que raio levara alguém a pegar no argumento.

A história é ridiculamente tresloucada e sem qualquer tipo de nexo mas vou tentar fazer o melhor para a sumarizar:
  • Elaine (Charlize Theron) e Richard (Joel Edgerton) trabalham (e dormem) juntos;
  • Harold (David Oyelowo) é um bom amigo de Richard, com quem trabalha, e acabam por ir os três ao México;
  • A mulher de Harold, Bonnie (Thandie Newton), tem um caso com Richard e acaba o relacionamento com o marido via Skype;
  • Harold fica deprimido e sem vontade de voltar para os EUA e cria um falso rapto com um resgate de 5 milhões de dólares (coisa pouca!);
  • Richard liga ao irmão Mitch (Sharlto Copley) para que este o ajude a trazer Harold de volta;
  • Paralelamente, Miles (Harry Treadaway), por 20 mil dólares aceita ser um correio de droga e leva a namorada Sunny (Amanda Seyfried) para o México;
  • Ambas as histórias entrelaçam-se porque Harold fica no mesmo hotel que Miles e Sunny;
  • Há um cartel mexicano envolvido, liderado pelo Black Panther (Carlos Corona), e uma caça ao corpinho de Harold.
Ahhhh, que maravilha cinematográfica!

Só que não.

O que me cativou neste filme foi a magnífica Charlize pois eu gosto de pensar que certos actores alcançaram já um certo estatuto na sua vida que lhes permite agarrar apenas bons projetos. E como tinha gostado de Joel no Red Sparrow achei que iria gostar desta obra. Mas é uma confusão de todo o tamanho, nada faz sentido, a história adopta contornos ridículos e inimagináveis. Qualquer tipo de credibilidade ficou para lá da porta do cinema e, sei lá, é pedir muito que um filme possa ter uma pontinha de realidade atrelada? Meus senhores, que salganhada do pior!

No entanto, nem tudo é mau e se a história é fraca, o mesmo não se pode dizer das especificidades técnicas. Curiosamente, gostei da fotografia e da realização a cargo de Nash Edgerton. Infelizmente para o mesmo, tudo o resto falha.


Nota final: 2/5

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