Review | Aparição (2018)

Não sou a maior fã do cinema português porque acho que nos falta alguma coisa. Mas se calhar sou eu, mera espectadora de uma grande quantidade de material americano que nos chega ao país. As expectativas vão ficando maiores e perante algo menos bom, uma pessoa coça a cabeça e torce o nariz.

Vergílio Ferreira é um incontestável autor português. Infelizmente nunca li nada do senhor mas a sua obra Aparição foca-se no Existencialismo, na procura do eu por parte de Alberto Soares (Jaime Freitas). Quando se muda para Évora, é acolhido pelo Dr. Moura (Rui Morisson) e respetiva família. Conhece, então, a personagem de Victoria Guerra, Sofia, uma jovem provocadora, esperta e sensual.
Aparição ganhou o Prémio de Melhor Filme Português no Fantasporto e eu simplesmente não sei porquê. Não gostei da realização, não gostei da fotografia, não gostei da edição e nem uma musiquinha para animar a malta cujo espírito já ia longe num sono profundo. Sim, caros amigos, eu adormeci. Mas então, se adormeceste como é que sabes que é mau? Bom, primeiro que tudo, exatamente pelo facto de ter adormecido (duh). Por conseguinte, é muito parado. Em entrevista, o realizador Fernando Vendrell disse que as pessoas têm a ideia que o cinema português é muito parado e, ao contrário, este filme passa num tirinho. E bom, eu não podia concordar mais com a primeira premissa e discordar da segunda. Sim, o cinema português é parado que dói, testando a boa vontade do mais resistente, e esta obra não passa num tirinho, pelo menos a mim não mo pareceu.
A única coisa que vale a pena são os cenários proporcionados pela magnífica Évora e, claro, a protagonista feminina que conta com imensa experiência em televisão, cinema e teatro e simplesmente não desilude. É simplesmente um bálsamo para a vista. É claro que por esta ordem de ideias, podia ter ensinado qualquer coisinha ao seu colega Jaime que, a par com a sua prestação em Amor Amor, é completamente plana e insípida. Não há expressão facial, não há expressão corporal, não há qualquer tipo de entoação na voz, não há nada.
O problema aqui é que eu acho que a coisa podia ter resultado bem se tivesse sido feita de maneira diferente. Daquilo que li sobre a obra, parece-me bastante interessante e passível de ser muito bem explorada. Infelizmente, foi pegada da forma errada. Não poderá haver aí alguém que queira fazer um remake...?
Nota final: 1/5

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