Review | Fifty Shades Freed (2018)


Finalmente o terceiro e último capítulo da saga Fifty Shades chegou. E, surpreendentemente, trata-se do melhor filme de toda a franquia.


Antes de mais, vamos aqui esclarecer que é correto não gostar do Fifty Shades e é ainda mais correto dizer isso em voz alta. "Ai não, não gosto nada". Bom, eu devo ser das únicas pessoas que diz o contrário em alto e bom som. Estamos perante um filme dedicado a um nicho feminino e claramente eu faço parte dele. E por mim tudo bem. Com isto em mente, continuemos nesta minha revisão.

Primeiramente, devia haver uma interdição a mulheres histéricas que suspiram em voz alta ou então a mulheres ligeiramente ressabiadas que tecem comentários, em tom de escárnio, acerca do mundo perfeito que é caracterizado. Fifty Shades nunca se vendeu como sendo uma obra prima da 7ª Arte e algo que diz respeito ao Cinema em si é a sua habilidade de nos fazer acreditar em algo. Estamos perante um jovem bonitão e rico. É claro que ele tem poder económico e pode viajar pelo mundo, ter 6 ou mais carros de luxo à disposição, um jacto privado e pode comprar todas as casas que quiser. É assim tão difícil acreditar nisso tendo em conta que, bom, o Ronaldo faz praticamente o mesmo? Ou qualquer outra pessoa rica e poderosa? Se fosse o caso delas, também não o fariam? Perdoem-me se soou demasiado apaixonada nesta minha defesa do filme mas sinto que é, muitas vezes, julgado de forma injusta. É um filme. Lidem com isso. O Guillermo del Toro não acabou de lançar um romance entre uma humana e uma criatura anfíbia? Vamos mesmo falar de credibilidade?

No entanto, acho que a autora acabou por se perder um pouco na maionese. E. L. James lançou um livro que fez imenso sucesso e quis estendê-lo ao máximo. Okay, tudo bem. Mas misturar romance erótico com laivos de trailer deixa de fazer grande sentido. Toda a história de Jack não faz sentido e as pontes de ligação usadas caiem no ridículo. Uma pessoa não vai ler o livro ou ver o filme à espera de encontrar perseguições e pseudo-raptos. Neste aspeto, a franquia perdeu um pouco da sua essência. Se a autora quer escrever sobre sexo que o faça. Mas não queira retirar algo mais do que aquilo que pode ser retirado até porque acaba por ser um bocado forçado. 

Anastasia assume um papel central neste capítulo e é muito engraçado ver a sua evolução uma vez que toda a gente a vê como um "pãozinho sem sal". Na verdade, Grey acaba por passar para segundo plano mas também porque o próprio faz questão de passar responsabilidades para a sua esposa. Por falar no casal, é notória a evolução da química entre ambos pese embora o feedback geral é que ambos são maus atores e que forçam demasiado as cenas. Nesse aspeto acho que Dakota Johnson faz um trabalho melhor que o seu parceiro e espero que possa evoluir noutros papéis. Quanto a Jamie Dornan é um borracho, chega ali, faz o que tem a fazer e as mulheres vão para casa a sonhar com ele.
 
James Foley voltou a assinar este capítulo (já o tinha feito no segundo) cujo único problema é elevar as expectativas femininas no que toca as suas próprias relações. Mas bom, isso já é outro assunto. Pontos extra para a retrospectiva que é feita no final focando os dois capítulos anteriores.
Nota final: 3/5

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