Review | Amor amor (2018)


Jorge Cramez regressa ao grande ecrã após 10 anos da estreia de O Capacete Dourado. Regressa com uma história de amor cheia de misturas e remisturas, inspirando-se na La Place Royale de Pierre Corneille.



O filme foca-se em cinco personagens: Jorge (Jaime Freitas) que é o namorado de Marta (Ana Moreira) cuja melhor amiga se chama Lígia (Margarida Vila-Nova) que anda com o Carlos (Nuno Casanovas). Não esquecendo o irmão de Lígia, Bruno (Guilherme Moura) que está perdidamente apaixonado pela amiga da irmã. Mas as vidas de todas as personagens estão bastante intrincadas umas nas outras, com amores e desamores à mistura. No entanto, todas elas são muito diferentes entre si e bastante complexas, o que facilita a leitura da história nesse sentido.

Irremediavelmente estamos perante uma obra focado no amor e nas relações; nas vivências que cada um faz à volta deste tópico e nas interpretações que cada um lhe quer dar. Por exemplo, se ao princípio Lígia parece ser a personagem mais livre e sem complexos, ao mesmo tempo passa por ser aquela que está mais estável. Jorge é um homem que vive nos seus dilemas mas, ao mesmo tempo, tem laivos de racionalidade conexos com a sua face mais artística.

Ver um filme português gravado em Portugal tem sempre um ponto favorável que nenhum outro tem: Lisboa é palco de todas as cenas e ninguém nos retira o prémio da cidade mais encantadora. Nesse sentido, temos cenários bonitos, memoráveis mas que apelam ao nosso sentido de familiaridade.

Amor Amor é uma obra bastante introspectiva com cenas bastante longas e uma cadência lenta o que que permitirá ao espectador fazer a sua própria interpretação do que está a ver. No entanto, os fãs de um filme mais ritmado poderão perder-se um pouco no seu visionamento. Temos também grandes planos das personagens e muitos acontecimentos contrários às nossas expectativas, o que acaba por favorecer o elemento surpresa.

Temos ainda a presença de Maya Booth e Joana de Verona que apesar de abrilhantarem o ecrã pouco destaque lhes é dado (o que é uma pena, claro). 

Nota final: 3/5

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