Review | All The Money in The World (2017)


Quando o homem mais rico do mundo vê o seu neto preferido raptado e lhe pedem 17 milhões de euros pelo resgate seria normal que avançasse de imediato com o dinheiro, certo? Claro que sim mas então este filme também deixaria de fazer sentido pois a sua existência deixaria de ser baseada em factos reais de acordo com o livro que lhe deu origem, Painfully Rich: The Outrageous Fortunes and Misfortunes of the Heirs of J. Paul Getty de John Pearson.

Paul Getty foi, em determinada altura da história, considerado o homem mais rico do mundo. Ele é o fundador da Getty Oil Company e foi um dos primeiros homens a alcançar a fasquia do 1 bilião de dólares enquanto fortuna pessoal. Ávido coleccionador de obras de arte em contrapartida é também caracterizado como um homem absolutamente fuinhas. Ao nível de sairmos do cinema a odiar este homem protagonizado pelo eterno Christopher Plummer. O mais engraçado é que Getty estava a ser protagonizado por Kevin Spacey que, devido ao escândalo sexual onde se viu envolvido, acabou por ser afastado do filme. O que, obviamente, acabou por trazer alguma publicidade ao mesmo.
O parágrafo introdutório deste texto explica sumariamente o conceito desta obra realizada por Ridley Scott. Posso acrescentar, no entanto, que é muito mais do que um rapto. Trata-se da luta de uma mãe, Gail (Michelle Williams), que não tem dinheiro para pagar o montante pedido, trata-se de pseudo "negociador" Fletcher Case (Mark Wahlberg) que tudo faz para que Gail não esteja sozinha neste momento difícil, trata-se de um pobre John Paul Getty III (Charlie Plummer) que se vê nos meandros da máfia italiana, enfim, no fundo trata-se de uma família completamente desequilibrada. 
Vamos falar, então, de interpretações:
  • Christopher Plummer é um grande ator e, como já referido, veste a sua personagem de tal forma que o claro objetivo é conseguido: é impossível simpatizar com Getty. Mas bom, quando saímos do cinema com estes sentimentos tão à flor da pele só podemos supor que alguém fez o seu trabalho muito bem feito;
  • Michelle Williams continua a ser a minha embirração favorita. E especialmente porque eu não percebi o que raio estava ela a tentar transmitir. Conseguimos perceber que ela se encontra desesperada para salvar o filho mas, no entanto, nem uma lágrima corre pela face abaixo. Há ali qualquer coisa que não bate bem. Por isso ou tal era o objetivo que se queria fazer sentir ou então a moça anda um pouco atarantada. É que já no The Greatest Showman que eu senti que faltava algo.
  • Mark Wahlberg chega ali, faz o seu papel e sai de cena. Não marca por aí além.
  • Charlie Plummer - que curiosamente não tem qualquer relação com Christopher - também parece andar meio perdido na tela. Deve ter aprendido com a Michelle. Tendo em conta a importância do seu papel, estava à espera de um rapaz que ficasse mais na memória e que tivesse um pouco mais de expressão.
Bem, e perguntam-me vocês: mas então Rafaela, vale a pena? Digamos que vale q.b.. Porque é tão caricato que só por isso merece que paguemos o bilhete de cinema. Claro que o facto de haver a língua Italiana à mistura ajuda não tivesse eu um fraquinho pela mesma (isto, claro, a título pessoal). Contudo, o facto de ser um filme com personagens bastante ambivalentes leva a que a nossa curiosidade seja espicaçada mas sem encontrar grandes respostas. O próprio final fica aquém do que é esperado e ficamos sem perceber onde ficam as personagens no meio daquilo tudo. Vindo de Ridley Scott não nos podemos deixar de sentir um pouco enganados.
Nota final: 2/5

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