Review | Snowman (2017)


Com data anunciada para esta Quinta-feira, dia 19 de Outubro, Snowman - ou O Boneco de Neve - é um thriller com Michael Fassbender no papel principal. Realizado e produzido por Tomas Alfredson, e com uma perninha de Martin Scorsese na produção também, estamos perante a adaptação do livro homónimo de Jo Nesbo. O escritor norueguês é bastante conhecido pelos seus livros cuja personagem principal é Harry Hole, a mesma deste filme.




Hole é um bêbedo perdido na sua antiga brilhante carreira de detective. Após um rápido encontro com Katrine Bratt (Rebecca Ferguson), algo lhe desperta ali dentro para um caso centrado no desaparecimento de várias mulheres todas com um padrão comum. A partir daqui, ambos vão em busca do assassino que deixa como assinatura pessoal um boneco de neve (bastante creepy devo confessar).

Vamos então começar pelas partes positivas:
  • A Noruega tem cenários lindos e a fotografia quase que faz jus à beleza natural do país (digo quase porque nada se compara à experiência real de vermos com os nosso próprios olhos);
  • Estamos perante um elenco de luxo: Michael Fassbender, Rebeca Ferguson, J.K. Simmons, Charlotte Gainsbourg (ela está vestida senhores! Nada de correrem para as salas de cinema em busca de um seio sequer!) que, muito obviamente, fazem bem o seu trabalho;
  • Estamos perante uma história apelativa MAS...
... Isto leva-nos ao ponto negativo crucial: nunca nos esqueçamos que estamos perante uma adaptação de um livro. Ou seja, sim há boas adaptações (Gone Girl, hello?) tais como há más mas talvez este tenha sido um projeto demasiado ambicioso uma vez que estamos perante muitas histórias paralelas (importantes, claro, para a construção da história e das personagens) sendo que um livro permite essa abertura, essa descoberta. Tanto pode ter 200 páginas tal como pode ter 600. E a adaptação do primeiro será sempre mais fácil que o segundo caso. A publicação portuguesa conta com mais de 400 páginas e, diria eu, estamos perante uma narrativa demasiado complexa e da qual se tentou tirar o máximo partido para que coubesse tudo em 120 minutos. Resultado: há pouca exploração, ou a necessária para se retirar um sentido lógico do que se viu, mas que deixa o espectador bastante insatisfeito. E por espectador bastante insatisfeito quero dizer eu.

Quero deixar a ressalva que estamos perante um filme interessante mas que, em bom Português, se perde um bocado na maionese sendo que alguém meio ensonado pode cair no sono a qualquer momento. Não é que seja muito parado mas, por vezes, consegue puxar um pouco ao aborrecimento do mais capaz.

De qualquer das formas, não é um mau filme mas temo que caia no esquecimento de quem o viu de forma mais rápida do que o expectável.


Nota final: 2/5

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