Review | Blade Runner 2049 (2017)


Alguém que pare, POR FAVOR, de vender os filmes de uma forma que não corresponde à verdade. E alguém que, POR FAVOR, comece a trazer bons filmes a 2017 que a par com Lady Macbeth e The Eyes of my Mother, assim num esforço de memória muito rápido, são os únicos que até hoje se mantêm na minha cabeça como dignos da palavra "bom" a antecipar a palavra "filme".




O trailer de Blade Runner vende um produto mais espectacular do que alguma vez esta obra poderia de facto ser. Estamos perante 2h43 de pura tortura. Mas daquela ao mais alto nível.

Blade Runner é tão mau que só vai à sessão da meia-noite quem não quer mesmo ir para casa. Ou todas as outras anteriores porque, senhores, choro o meu bilhete. Copiosamente.

Deixo aqui a ressalva que não vi o primeiro filme (o ultraje!), já que quando vi o trailer pela primeira vez este me despertou imenso a atenção e depois nunca mais me lembrei de me contextualizar. Apesar deste pormenor, não sinto que tenha perdido qualquer detalhe que só vendo a obra de 1982 me faria mais ou menos sentido. 

Continuando.

Quero começar por perguntar a Hollywood em geral o que raio vêm em Ryan Gosling. É que eu nem sequer vejo a parte da beleza física: faço parte dos 0.5% que acha o Ryan feio. Agora vamos ser sinceros: de talentoso o moço tem muito pouco. Brincadeira. Tem nada. Zero. Ele é a Kristen Stewart masculino. Ele tem tantas expressões como uma alforreca. Ele é tão expressivo como a Lili Caneças a dormir. Senhores!! Ele. É. Muito. Mau. Estou a beijar uma rapariga toda jeitosa (Ana de Armas)? Estou a ser apunhalado? A levar com pontapés no meu cartão de visita? Estou triste? Enraivecido? Surpreendido? Triste? Estou a sofrer? Certo. Deixem-me SÓ fazer a MESMA expressão para todo o vasto leque de emoções que, enquanto ator, tenho que transmitir aos meus espectadores. E isto é visível porque a cara de Gosling está em grande plano na maior parte destas situações que acabei de descrever. O moço nem um músculo mexe. Desculpem-me a modéstia mas eu fazia melhor o trabalhinho e por 1/3 do que ele ganhou.

A meu ver, o filme perde tudo quando tem Ryan como personagem principal. Não conseguindo ultrapassar esta inação por parte do protagonista, nada feito. Tentando fazer o esforço para passar à frente foi isto que eu achei:
  • Tempos mortos a dar com pau;
  • O Jared Leto tem que começar a escolher melhor os seus papéis porque enquanto um dos melhores atores da sua geração, ver-se confinado a cerca de 10 minutos de participação total... Meu amor, já não te bastou o Suicide Squad? Jared é bom. Ryan é mau. Porque não inverter os papeis? Quem é que faz os castings anyways?!
  • Ana de Armas é a coisinha mais sexy do filme e todas as cenas em que aparece são a parte mais feliz em quase 180 minutos;
  • Zero ação;
  • Música com laivos de suspense mal enquadrada porque toda a gente sabia que a) ele iria descobrir o cavalo de madeira ou b) não ia acontecer mesmo nada de especial na cena apenas introduziram música para efeitos inócuos, só porque sim;
  • Até a Robin Wright me desiludiu porque sinto que não acrescentou o mínimo valor à personagem;
  • Harrison Ford a ser Harrison Ford: o homem é bom no que faz. Aliás, a cena dele com o Jared Leto deve ter sido a única cena onde se juntaram duas pessoas igualmente talentosas (isto porque o Ryan entra em quase todas e, bem, ele é só mau não é).
Estamos perante um filme mau, aborrecido, chato e parado. 

Fujam. Para muito longe. 


Nota final: 1/5

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