Quem gosta de mind-fuck movies ponha a mão no ar! *levanta o braço*
Okay, então apertem os cintos, criaturas. Coherence é um excelentíssimo exemplar do filme que vos põe a cabecinha a andar à roda.
Escrito e realizado por James Ward Byrkit, Coherence foi aclamado pela crítica e considerado um dos melhores filmes de ficção científica em muito tempo. Esta obra centra-se num grupo de amigos que se reúne para jantar na noite e, coincidência das coincidências, nessa noite está a haver a passagem de um cometa no céu. A partir daqui, são desencadeados acontecimentos que os vão pôr confusos sobre as suas próprias identidades.
E é isto, fico-me por aqui.
Não quero correr o risco de falar demasiado sobre o conteúdo do filme uma vez que perderia toda a sua piada. De qualquer das formas, contem com uma atraente e complexa história que vos vai deixando cada vez mais alertas para todos os detalhes.
Algo que gosto imenso na forma como este filme foi gravado é o à-vontade com que as personagens se dão entre si. Ou seja, é como se tivéssemos a gravar um jantar real de amigos: todos falam por cima uns dos outros, todos gozam uns com os outros, todos riem e não parece haver um grande guião a guiar a cena, muito menos transparece qualquer tipo de ensaio entre os atores. Dá-nos uma grande sensação de familiaridade, algo que faz todo o sentido no contexto em que se apresenta. A câmara também não está fixa o que faz com que os espectadores sintam que, de alguma forma, fazem também parte da ação. Ao sermos introduzidos desta forma, faz com que a confusão sentida pelas personagens acabe por ser parte da nossa confusão também. Acabamos a experienciar as suas mesmas emoções.
No geral, é um filme inteligente com quebra-cabeças pelo meio embora o fim seja fácil de perceber e de compreender (apesar de, claro, poderem sentir alguma confusão inicial).