Review | Bliss (2017) - Motel X


Como fã assumida do género de terror, considero-me uma presença assídua do Motel X. Este ano, porém, apenas vi dois filmes, Bliss e MFA (a próxima review a sair). Embora não os considere dentro do género, ambos são obras consideráveis, onde a primeiro atua a um nível mais psicológico e a segunda é muito mais intensa e com uma mensagem proveniente de uma realidade, infelizmente, existente.


Bliss é o filme de estreia de Jerrold Tarog que se estreia na arte do terror com este thriller psicológico. Não vão perceber nada do que é falado porque a língua original é o Filipino mas nada que incomode por aí além.

A história pode ser explicada de uma forma simples pese embora a premissa seja bem mais complicada do que possa parecer. Segundo o site do Motel X: "Jane Ciego começou a sua carreira de actriz muito cedo. Agora, aos 30 anos, decide produzir o seu próprio filme para ganhar credibilidade na indústria, mas sofre um grave acidente durante as filmagens. O longo caminho de recuperação de uma actriz incapacitada transforma-se num autêntico pesadelo assim que se apercebe de que está presa numa casa onde acontecem vários fenómenos estranhos, ao mesmo tempo que se encontra em constante ameaça por parte do seu marido e de uma enfermeira suspeita.

Soa promissor, certo? 

Na verdade, estamos perante um sort of mind-fuck movie, contudo, no final dá para perceber a história. No entanto, grande parte da visualização foi passada num estado semi-permanente de dúvida completa e é isso que lhe acrescenta muito do seu valor. Confesso que tive medo de sair do Cinema São Jorge sem perceber nada do que tinha visto.

Em termos de elenco, Jane é protagonizada por Iza Calzado e apesar dos merecidos créditos, quem me despertou arrepios foi mesmo Adrienne Vergara (a enfermeira) pois é dona de um riso deveras arrepiante. 

Estamos perante uma narrativa bem construída e bastante complexa, não só centrada na personagem principal como também nas outras personagens, interligando várias histórias que se convergem para produzir o resultado final. A certa altura, o próprio espectador dá por ele a duvidar do que está a ver. Perante que parte está presente? A realidade de Jane ou a sua própria interpretação de loucura? 
Com laivos de Inception à mistura, para quem gosta de obras com sensações claustrofóbicas, este é um filme muito bem pensado que não vai deixar ninguém indiferente. 


Nota final: 4/5

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