Review | Baby Driver (2017)


A primeira vez que me confrontei com este filme, confesso não ter ficado com grandes expectativas. No entanto, tinha ouvido falar bem dele e alguns comentários no YouTube ajudaram-me a cimentar a minha decisão: hoje foi dia de ir ao cinema ver este Baby Driver.


Escrito e dirigido por Edgar Wright (realizador com o qual não estou, de todo, familiarizada, pelo que apenas me poderei cingir ao que vi este tarde), posso dizer que gostei bastante desta obra, tendo sido uma agradável surpresa. No que toca a expectativas, tenho uma relação algo complicada com as mesmas. E ir ao cinema quando estas se encontram minimamente elevadas é um exercício complicado que pode resultar numa grave desilusão. É claro que toda a gente já deve ter passado, pelo menos uma vez na sua vida, por aquele filme do qual se ouvia falar maravilhas e depois "epá foi uma grandessíssima merda afinal".

Continuando.

Resumindo, Baby (Ansel Elgort que denuncia um ligeiro talento para a dança, acrescentando uma teatralidade encantadora ao filme) é um dotado condutor que vive a sua vida de acordo com uma banda sonora muito particular. É quase como eu e o rádio no qual o meu cérebro se consegue transformar. Mas Baby não depende da sua massa cinzenta para traduzir esta musicalidade da qual tão desesperadamente precisa. Ao seu dispor conta com o iPod para abafar o permanente tinido que tem nos ouvidos derivado de um acidente que teve na sua infância. A juntar ao facto de trabalhar para Doc (Kevin Spacey), o mauzão da fita que arranja trabalhinhos sujos com grandes remunerações monetárias para a malta, poderão perceber mais ou menos com o que contar, certo?

Errado.

Ao contrário do que possam esperar, não há qualquer tipo de paralelismo a ser feito com qualquer um dos oito incansáveis filme da cadeia Fast and Furious. A não ser, claro, se for para diminuir qualquer um deles. Se bem que, obviamente, o foco que é dado nos dois seja diferente. Aqui, o foco são as habilidades de Baby independentemente do carro que conduz. Assim, ficarão agarrados ao ecrã não porque um Maserati foi contra um Ferrari e "ai meu Deus, que esta doeu", mas antes porque a perícia do nosso protagonista faz aumentar a quantidade de adrenalina no nosso organismo.

O filme dá espaço a tudo. Há perseguições de carros, há emoção, há um amor que nasce do nada, há um lado familiar e de trauma ligado à família. Há isto tudo e muito mais. Felizmente para nós, também há outra coisa que faz falta nesta vida: imprevisibilidade. Sim meus amigos, eu cá senti-me desnorteada algumas vezes ao longo da trama, pois já não sabia para onde me virar. Fiquei sem certezas de nada quanto ao que pudesse vir a acontecer. Humildemente vos garanto: não conseguirão adivinhar grande parte do percurso desta história. Muito menos o final que, para mim, foi o culminar de um filme na sua melhor forma possível, dizendo sem medos que gostei verdadeiramente do mesmo.

Podem contar com uma espécie de musical sem a parte chata do típico musical: as personagens falam e não cantam. A banda sonora é de dar 20 a 0 a muitos (ou quase todos os) filmes e talvez esta particularidade acrescente um real valor ao resultado final. Talvez sem este aspeto Baby Driver fosse diferente. Mas como a vida não é feita de "ses" resta-me comentar perante a objetividade do mesmo. 

Vão ver porque é um kickass este Baby.

E já agora, Edgar Wright.


Nota final: 4/5

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