Review | The Promise (2016)


Fãs de boas interpretações acusem-se! Oscar Isaac conquistou-me o coração e já há algum tempo que não via Christian Bale no papel de ator secundário.

Passado num cenário de guerra, num dos episódios mais sangrentos - e negados - da História (os Turcos recusam-se a admitir a perseguição ao povo arménio), conhecemos aquele que muito rapidamente passa a ser um triângulo amoroso entre Mikael (Oscar), Ana Khesarian (Charlotte Le Bon) e Chris Meyers (Bale).
Mikael é um estudante de Medicina que conhece Ana e muito rapidamente se esquece que deixou na sua terra um casamento de conveniência. Ela encontra um homem com quem parece identificar-se mais que o seu ambicioso namorado jornalista e bom, temos aqui uma receita para o desastre. Isto, claro, literalmente falando, porque quando damos por nós, espectadores, estamos no meio de um cenário particularmente catastrófico.
A nossa personagem principal sofre um trajeto de vida bastante complicado e entre mortes, encontros e desencontros, escravidão e luta contra os Turcos, só um grande talento poderia fazer jus ao que a dimensão da personagem requer. Por aqui, estou só à espera da nomeação de Isaac para o Óscar. Em contrapartida, foi esquisito ver Bale a interpretar o papel secundário. Esta não é a personagem de uma vida e, na verdade, em comparação com outras outrora desempenhadas, esta muito facilmente cai no esquecimento. Não por incompetência do ator, claro. Mas assistindo ao desenrolar da sua carreira, Bale já passou por personagens mais grandiosas e marcantes e, assim, esta não traz ao de cima o que de melhor o ator tem para oferecer. No entanto, Chris Mayers não é uma personagem plana, sem qualquer tipo de interesse de tal forma que qualquer um pudesse chegar ali e fazer o que Bale fez. Considero-a uma personagem com alguma dualidade associada já que, ao início, demonstra algumas características que no final mudam ou evoluem, fazendo com que as expectativas que a audiência pudesse ter construído acerca do mesmo, acabem por sair ligeiramente defraudadas. É que ao início Meyers apresenta-se como um jornalista focado no seu material e com um gosto demasiado grande por álcool. No final, é mais importante do que apenas isto. Focando-me agora na personagem feminina, devo dizer que Charlotte não foi o que estava à espera num filme com este tipo de magnitude a nível de perfomances e mensagem que pretende transmitir. Simplesmente não gostei do que me ofereceu mais não seja porque simplesmente não conseguia atinar com o sotaque que a personagem devia ter. E bom, eu sou picuinhas.
Realizado e escrito por Terry George (Hotel Ruanda), The Promise é um filme muito pesado e muito intenso mas muito interessante. Assume diferentes linhas de ação embora todas determinantes e relevantes umas para as outras. É impossível não sair do cinema com curiosidade por este pedaço de história não contado nem com um peso sufocante no peito. Decididamente vale muito a pena.

Nota final: 4/5

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